Por Juliana Alvarez Leite Morato e Lorena Fernandes dos Santos | 08 de setembro de 2022
São vários os princípios que norteiam as práticas pedagógicas nos anos iniciais do Ensino Fundamental da escola Balão Vermelho. A escuta ativa se constitui como uma ferramenta que atravessa todos esses princípios. Segundo Paulo Freire, é escutando que aprendemos a falar com eles. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise de falar a ele” (Pedagogia da Autonomia, 2006, p.113)
Nesse sentido, escutar a criança não se resume na ação de ouvir. É necessário cuidado, entrega, disponibilidade de tempo e afeto.
É imprescindível compreender que a criança é um sujeito pleno, com repertório próprio, com necessidades, saberes, interesses e potenciais únicos. Esses sujeitos, assim como os adultos, são atores sociais, capazes de pensar e interferir no mundo. No entanto, para que haja esse desenvolvimento pleno, a escuta é fundamental.
As crianças se comunicam através de diversas formas: olhares, movimentos, corpo e fala. Cabe a nós, educadoras e educadores, ter um olhar sensível e atento para compreender e valorizar a subjetividade de cada estudante e, a partir disso, mediar a construção de conhecimento e estimular suas habilidades de expressão, pensamento crítico, competências socioemocionais e autonomia.
No cotidiano escolar, a escuta ativa e sensível está presente em todos os momentos, por exemplo, na organização dos tempos, espaços e propostas pedagógicas dentro e fora da sala de aula. Uma situação para ilustrar essa prática é o momento das rodas de conversa: organizar o corpo durante um tempo em roda, esperar a vez de falar, ouvir o outro são grandes desafios para as crianças que chegam ao Ensino Fundamental I. A partir de nossas observações e da escuta, são tomadas algumas decisões como: regular o período da proposta, construir combinados coletivos com o grupo, escolher o melhor espaço para desenvolvimento da atividade.
Assim, a ação da escuta ativa tem o potencial de desarmar eventuais obstáculos de comunicação e, ao mesmo tempo, criar uma relação de confiança, afetividade, sensibilidade e conexão com a escola. Dessa forma, o aluno passa a ter as educadoras e educadores como uma referência de autoridade construída a partir do afeto e da confiança mútua, potencializando as aprendizagens e o desenvolvimento da criança, gerando um ambiente seguro para expressar suas emoções.
Gostou de saber sobre a importância da escuta ativa: como a escola escuta as crianças?Então aproveite para entender melhor sobre a Personalização da aprendizagem: um caminho para desenvolver competências.