Por Simone Gomes Pereira, Diretora do Grupo Balão Vermelho | 22 de agosto de 2022
Na retomada das aulas presenciais, a escola se deparou com uma pluralidade de sentimentos e tempos distintos de aprendizagem dos(as) alunos(as) e até mesmo dos(as) professores(as). Isso pode ser observado nos diversos segmentos da Escola Balão Vermelho, escola construtivista em Belo Horizonte, que hoje conta com Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Esse grande descompasso necessita de tempo para ajustes e alinhamentos, sem abrir mão da personalização do processo pedagógico, grande potencial de escolas que enxergam seus(suas) alunos(as) como sujeitos capazes de trilhar o próprio percurso com base em suas experiências.
A sala de aula pode ser definida como um espaço de encontro da diversidade. Isso porque aqueles que dela participam carregam consigo diferentes crenças, hábitos e percepções do mundo, o que influencia diretamente a sua forma de aprender.
Uma escola construtivista tem a heterogeneidade como eixo do trabalho pedagógico, importante fonte de transformação e desenvolvimento para todos que nele estão envolvidos: alunos, professores e famílias.
Partindo desse princípio, alunos(as) com capacidades distintas e personalidades distintas precisam de trajetórias distintas. O processo de aprendizagem ganha maior relevância e os resultados são entendidos como evidências que ajudam na tomada de decisões sobre propostas e planejamentos. Isso é a personalização da aprendizagem.
Uma das funções da escola contemporânea é dar aos(às) alunos(as) condições para pensarem em como lidar com os diferentes campos da vida, por exemplo, o pessoal e o profissional. Uma formação tão ampla não pode ser alcançada se tiver como objetivo a transmissão do conhecimento por meio da memorização e em períodos determinados.
Cada estudante chega a seu tempo, com sua história, seus talentos e desafios. Sendo assim, torna-se necessário investigar o ponto de partida de cada um, para estabelecermos metas e caminhos possíveis, ou seja, um percurso de aprendizagem personalizado.
A construção do percurso de aprendizagem é o trabalho que os educadores precisam desenvolver. Em uma escola construtivista, onde as perguntas são, geralmente, as grandes disparadoras do processo ensino/aprendizagem, diagnosticar os saberes prévios, as dificuldades e as possibilidades de cada aluno(a) se torna mais palpável e coerente com uma educação mais significativa.
As competências e habilidades, quando trabalhadas em espiral, permitem que os(as) alunos(as) possam se deparar mais de uma vez com desafios em níveis diferentes, o que possibilita que estudantes de uma mesma sala tenham oportunidades de avançar em tempos e espaços distintos.
Como o ponto de partida é a chave para a personalização da aprendizagem, o ponto de chegada também não pode ser o mesmo para todos. Uma proposta pedagógica consistente, exploratória e crítica permite que cada um atinja uma elaboração de saberes única, tendo como ingrediente principal sua história e seus talentos.
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