Por Doca Latalisa e Carolina Hermógenes | 01 de outubro de 2021
Recrear pode ser compreendido como uma situação que acontece dentro e fora da escola. No dicionário online de português, encontramos algumas acepções para “recreação”: Divertimento; o que serve para divertir, para passar o tempo, para relaxar. Recreio; período de tempo dado às crianças, durante o intervalo das aulas, para que elas usem seus brinquedos: recreação infantil. Parque; local próprio para diversão. Ação ou efeito de recrear, de se divertir.
Na educação Infantil da escola Balão Vermelho, não temos um tempo único definido para recreação, como os tradicionais recreios, tampouco um significado restrito à diversão e ao relaxamento. Dentro da nossa escola, uma aproximação ao termo recreação, em certa medida, são os jogos e as brincadeiras. Vivenciados cotidianamente, de diversas formas e em diferentes espaços, com variados tempos e parceiros, os jogos e brincadeiras ampliam e favorecem o desenvolvimento da imaginação e das experiências sensoriais, corporais, cognitivas, sociais e culturais das crianças. Daí sua importância na educação infantil.
A BNCC traz como eixos estruturantes das práticas pedagógicas da Educação Infantil as interações e brincadeiras. Portanto, a aprendizagem e o desenvolvimento se darão por meio das brincadeiras e do relacionamento da criança com outras crianças, com os adultos e consigo mesma.
A brincadeira faz parte do universo simbólico da criança. Enquanto brinca, ela se apropria de elementos da realidade e atribui-lhes novos significados. Por meio do brincar e da ludicidade, a meninada observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos, lida com valores, constrói conhecimento e se apropria de conhecimentos relacionados ao mundo ao seu redor.
- Vem, eu vou te ensinar a brincar de amarelinha. você tem que pular os números. Pronto, agora é a sua vez.
Dessa forma, o brincar se constitui como uma atividade interna e ativa da criança, baseada na imaginação e interpretação da realidade. Brincando, elas podem se tornar autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e seus conhecimentos, experimentando outras formas de ser, pensar e estar no mundo.
- Anda gente, vamos escavar para encontrar o tesouro!
- A gente nunca vai achar isso, só se for muito pra baixo da terra.
- As lacraias têm o poder do sol, o sol controla o amuleto. Aí eu falo “pela glória de merlin e aí tudo se transforma.”
- O que esse cara vai fazer? Um redemoinho de areia? Se afastem, se afastem! Não dá para confiar mais nele.
Nesse contexto, a atuação da professora consiste em utilizar uma metodologia de ensino que possibilite compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças e, a partir disso, selecionar, planejar, organizar e mediar um conjunto de práticas e intenções educativas.
- Olha, Cíntia, ele pegou quase todas as peças do encaixe só pra ele.
- Veja só, vamos observar a quantidade de peças que está com você e a quantidade que está com os colegas. O que você acha dessa forma de distribuir as peças? - Pondera a professora Cintia.
- É… tá bom. Eu vou arredar pro meio. Pode pegar gente! Pode pegar à vontade.
Afinal, cabe à professora saber sobre a importância da brincadeira para a infância e para a criança. À criança, cabe o brincar!
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